Uma vista aérea sobre qualquer cidade mostra-nos a quantidade de construção edificada, telhados e vias urbanas pavimentadas, que interferem na infiltração da água no solo e prejudicam o fluxo natural, originam inundações, deslocamentos de terra e consequências sociais severas.
Se é válido para todos os locais é particularmente relevante em grandes aglomerados polpulacionais e vias de circulação.
Com a publicação do guia global do desenho de ruas "Global Designing Cities Initiative (GDCI)" , um trabalho que relata a importância dos materiais e tipos de construção no desenho das cidades, a utilização de pavimentos drenantes e permeáveis, promovendo a drenagem das águas pluviais que protegem o uso do solo e aquíferos, podemos agora conhecer as opções que já foram tomadas noutros locais, o relato das experiências e promover a evolução da construção ecológica e sustentável, à medida das necessidades e exigências para cada local.
Calçadas, Tipos de calçadas, Geometria, Acessibilidade universal, Extensões de calçadas, Comunicação e engajamento.
As políticas e critérios defendidos pela. C.G.C.D.I. são definidas no Guia global do Desenho elaborado pela rede composta por cidades espalhadas pelos 5 continentes.
Desenhar para ciclistas, Ciclovias protegidas em cruzamentos, Permeabilidade filtrada do pavimento, a Drenagem eficiente, promovem a qualidade de vida, mobilidade multimodal, desenvolvimento econômico, sustentabilidade ambiental e equidade.
SOLUÇÕES EM PAVIMENTOS
Escolher um pavimento que seja adequado ao uso que pretende, que se integre bem no local, seja confortável ao pisoteio, e sirva a mobilidade que é afinal o propósito para que foi criado.
É também escolher os materiais e processos de construção mais sustentáveis.
Em qualquer projeto e circunstância a indústria possui materiais mais ecológicos seja por alternativas de fabrico ou pela melhoria de processo de produção nas fases mais prejudiciais do produto. Os sistemas de construção alternativos são cada vez mais procurados.
Vários sistemas e critérios foram concebidos para classificar as práticas de construção consideradas sustentáveis, estuda e faz uma avaliação integrada de todos os intervenientes na produção de materiais e de sistemas e processos construtivos.
Localização e Transporte, Lotes Sustentáveis, Eficiência da Água, Energia e Atmosfera, Materiais e Recursos, Qualidade dos Ambientes, Inovação e Prioridades Regionais concretamente.
Neste artigo concentramo-nos na escolha de materiais, sistemas e técnicas de pavimentação.
MATERIAIS ECOLÓGICOS
É importante na qualidade e sustentabilidade da vida nas cidades que as áreas a pavimentar como as vias de circulação, caminhos, praças e espaços de acesso e mobilidade, sejam utilizados produtos ecológicos dado que ocupam uma boa parte do espaço disponível no meio urbano, com proporcional influência na qualidade e no meio ambiente.
A natureza do material e o tipo de construção usada são factores de sustentabilidade da pavimentação.
Devido a utilização massiva do solo nas cidades, melhorar o ambiente urbano obriga a empregar soluções alternativas que promovam a permeabilidade em pavimentação com materiais drenantes, em avenidas, ruas, praças, parques e ciclovias, permitindo a infiltração da água e do ar de forma a minorar os efeitos da concentração de edifícios nas cidades.
- Pedra, brita e gravilha
- Argila e concreto
- Saibro, areias e silte
- Tijolos ecológicos, adobe
- Compósito ou madeira certificada
- Plástico e metais reciclados
- Betuminosos e derivados
- Bambú, cortiça e outros de origem vegetal renovável
Para equacionar a sustentabilidade e a ecologia dos produtos deve observar-se uma série de factores, desde logo a eficiência energética, significa tudo o que um material necessita para produção, crescimento, e transporte, incluindo a água e outros recursos necessários para cultivar itens naturais.
Certamente importante na sustentabilidade é a energia incorporada nos materiais de proveniência regional, utilização do transporte mais eficiente, serem leves e adequados ao meio ambiente em que é utilizado, serem sustentáveis económicamente e promoverem a economia local.
A energia incorporada consiste na análise e de fatores tanto óbvios como ocultos que contribuem para a sustentabilidade ou a falta dela num material. É a soma de toda a energia necessária para criar um material, produzir um produto ou extrair um mineral até o fim de sua vida útil.
Se o pavimento for sustentável e ecológico , a construção de vias urbanas e outras podem ter grande impacto na melhoria da qualidade de vida, pois são superfícies que ocupam grandes espaços no desenho das cidades.
TÉCNICAS E SISTEMAS DE PAVIMENTAÇÃO SUSTENTÁVEL
O pavimento tem um valioso contributo para a sustentabilidade da construção nos meios urbanos, desde logo pela percentagem da superfície que ocupam na área total das cidades.
Um factor que é mais prejudicial na construção é a impermeabilização que impõe ao solo e as consequências daí.
Utilizar um material ou produto natural não significa que é mais adequado. A utilização de uma lage em pedra do próprio local deve ser concebida com uma junta intertravada em argamassa ou material poroso, com largura suficiente para que a água possa incorporar no leito da base, evitando a concentração do escorrimento superficial significativo da água. Utilizar um material natural de inadequadamente que produza a impermeabilização do solo pode ser prejudicial.
A técnica usada para a pavimentação é determinante para a escolha do pavimento.
Existem variados pavimentos desde praticamente impermeáveis aos com uma taxa próxima de 100%, de permeabilidade, produzidos com vários produtos.
A escolha deverá cumprir as funções que serve. Ter os requisitos de uma pavimentação sustentável viabiliza e justifica a sua existência, ser confortável de forma a melhorar a mobilidade, circulação e função social de convívio.
Existem diferentes soluções para pavimentos exteriores, com alta e média capacidade de infiltração da água no solo e diversidade de materiais, que se adequam a múltiplos requisitos.
Pedra, Minerais, Compósitos e Geosintéticos são os materiais usados em sistemas de alta e média permeabilidade, permitem utilizar soluções ecológicas adequado a finalidade e ao local, sem interferir no ciclo regular da água, impermeabilizar o terreno, melhorar o ar e a vida nos aglomerados populacionais..
Classificação dos pavimentos: Flexíveis, Semi-rígidos e Rígidos. Uma variada lista de ligantes pode ser usada de maneira sustentável e responsável.
- Betuminoso poroso contínuo,
- Ruas e calçadas em cubo, granito, basalto ou calcário, lage ou pavimento intertravado em blocos com juntas em argamassas porosas.
- Pisos minerais permeáveis em pedra e gravilha aglomerada com ligantes sintéticos e naturais.
- Betão poroso, cimentício ou orgânico.
- Piso modular em grelha de estabilização e enrelvamento em concreto ou plástico reciclado.
- Deck em compósito ou madeira.
Uso: Melhorar a mobilidade
- Trânsito rodoviário, vias de circulação.
- Parques urbanos, Praças e Espaços públicos.
- Pavimentos residenciais caminhos de jardim, terraços e espaços adjacentes a piscinas, acessos, pátios e aparcamento auto.
- Caminhos e estradas não pavimentadas em cascalho e terra. Caminhos agrícolas, florestais e de mineração, Estaleiros, obras de engenharia, pedreiras, etc.
Os aglutinantes tradicionais vão sendo melhorados ou substituídos por versões mais ecológicas, evitando as emissões decorrentres do processo tradicional de produzir o clinker, de que a indústria já possui know how e tecnologia para empregar métodos e materiais diferenciados.
Obter concreto sustentável de fabricantes que utilizam materiais de cimentação suplementares, como cinzas volantes. Deve reutilizar-se o betão das estruturas existentes no local, como o betão triturado como base agregada. O concreto que incorpora materiais reciclados, como vidro triturado ou lascas de madeira, é mais sustentável e usa menos cimento do que os pavimentos tradicionais.
Pode encontrar este e outros pavimentos ecológicos em argamassas ou pavimento técnico que não impermeabilizam o solo.
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