A bicicleta é um meio de mobilidade popular com muitos adeptos mas suscetível de causar dados na integridade dos ciclistas principalmente em vias de circulação partilhadas com mais veículos. Para os ciclistas saírem à rua tem de sentir-se seguros, que não estão colocar-se em risco pelo prazer de pedalar. É necessário proporcionar-lhes o que importa: segurança.
Claro que um olhar metódico é necessário. A mudança é um processo que às vezes precisa de uma abordagem em fases.
Projetos provisórios que são econômicos, rápidos, fáceis de mudar, escalonáveis e replicáveis, junto com a coleta de dados, podem ser usados, como forma de demonstrar o que é possível e convencer os céticos de que uma maneira diferente de pensar é possível para as nossas cidades.
Usar materiais inovadores, aplicar as melhores práticas e sistemas sustentáveis de construção
QUAIS OS PRINCIPAIS FACTORES A TER EM CONTA NA CONSTRUÇÃO?
Sem dúvida é um dos factores mais importante na hora de pedalar é a segurança do camiho que vamos percorrer, e isso pode condicionar uma via com muitos ou muito poucos ciclistas.
Construir ciclovias seguras para ciclistas é barato em comparação com outros custos de infraestruturas e, nesse sentido, o investimento definitivamente vale a pena.
A ciclovia é uma infraestrutura não muito dispendiosa de construir. É necessária uma mudança de perspetiva.
A National Association of City Transportation Officials (NACTO) explica que as evidências mostram que um dos incentivos para começar a pedalar é ter uma infraestrutura.
Um estudo realizado em Portland, Estados Unidos, mostrou que as pessoas gostariam de andar de bicicleta, mas não se sentem seguras o suficiente para fazê-lo. Os especialistas explicam que ter uma rede de ciclovias protegidas os motivaria a começar a pedalar. Isso foi verificado em cidades como Bogotá, na Colômbia; Sevilha na Espanha; Paris, na França e outros. “Se construirmos ciclovias, as bicicletas aparecerão”, garantem os especialistas.
FOTO: Mário Cruz/Lusa
Em Guayaquil num workshop a NACTO analisou a nível mundial algumas ciclovias em ruas largas, entre as calçadas, as árvores e vias de circulação.
No caso desta cidade do Equador, assim como em muitos outros lugares pelo mundo, não será possível uma solução semelhante pois a largura das ruas não é suficiente para acrescentar uma ciclovia deste tipo no espaço existente.
Quem conhece este tipo de projetos em vários países, mostrou que nesta realidade também existem opções e apontam para a decisão política e não para o espaço. Como qualquer tipo de mudança, especificam, a forma como projetamos as ruas é um processo.“
ECOPISTAS E CICLOVIAS PROTEGIDAS
Construir uma rede segura de ciclovias é um factor que certamente trará mais pessoas com bicicletas para a rua.
Todas as ruas da cidade podem ser projetadas para receber os ciclistas, se decidirmos adotar a ideia de que as ruas “são para todos”.
Algumas ruas podem deixar espaço para instalações dedicadas ou ciclovias protegidas, outras, que são muito estreitas para ter um espaço dedicado para as diferentes utilizações, precisarão ser projetadas de forma diferente, como “ruas compartilhadas” ou “ciclovias”.
Se as ruas não forem largas o suficiente para garantir a segurança dos ciclistas, deve-se usar o gerenciamento de tráfego. Ou seja, reduzir o número de veículos e a velocidade para 30 quilômetros por hora . “Não é apenas uma decisão técnica, é uma decisão consciente de reduzir o espaço dos veículos motorizados para dar lugar a outros usuários, como ciclistas ou pedestres. Não se trata de falta de espaço físico, mas do medo da mudança ”, observam os especialistas.
A CICLOVIA MELHORA A MOBILIDADE
Como qualquer outra infraestrutura implica que seja integrada hamoniosamente no ecosistema urbano, significa também uma construção criteriosa no desenho, segurança, materiais empregues na construção e conservação da permeabilidade do solo.
A ciclovia é uma das formas mais eficazes de mobilidade das pessoas nas cidades.
Uma ciclovia de duplo sentido com 3 metros de largura pode mover 10 vezes mais pessoas do que uma via para veículos motorizados. Ou seja, entre 6.500 e 7.500 pessoas por hora, em comparação com apenas 600-1600 pessoas por hora.
Numa outra leitura, 50 bicicletas ocupam ¼ do espaço de 50 carros de médio porte, aproximadamente 100 metros quadrados, contra 400 metros quadrados. Consequentemente, as ciclovias aparentemente vazias (ou mesmo as de bus) transportam mais pessoas.do que várias pistas congestionadas com carros, porque é uma forma menos eficiente de usar o espaço e, portanto, mover as pessoas, observa a NACTO.
Países como a Holanda ou a Dinamarca foram considerados uma referência internacional como cidades amigas da bicicleta, mas esse paradigma está a mudar à medida que muitas cidades do sul e também na américa latina estão a começar a liderar na utilização generalizada da bicicleta.
Bogotá é a “parte visível” de uma mudança evidente na mobilidade urbana e no desenho das ruas. “O exemplo que dá, e o de muitas outras cidades que inovam em mobilidade urbana e segurança viária, é uma oportunidade para que outros lugares se inspirem, vejam que é possível e desencadeiem uma competição saudável por qual cidade será a próxima capital mundial da bicicleta”.